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Thinking Football Summit 2023 assinalou Luta Contra a Discriminação e Abuso no desporto

Thinking Football Summit 2023 assinalou Luta Contra a Discriminação e Abuso no desporto

Painel composto por Dolores Silva, Paulo Fontes, Rosalía Ortega Pradillo contou com moderação a cargo de Sónia Carneiro No derradeiro dia do Thinking Football Summit, a “Luta Contra a Discriminação e Abuso no Desporto” foi uma temática que mereceu forte amplificação. Uma sessão que contou com os testemunhos de Dolores Silva (Jogadora do SC Braga), Paulo Fontes (Diretor para a Segurança em Eventos Desportivos na APCVD), RosalíaOrtega Pradillo (Advogada Desportiva) e com moderação de Sónia Carneiro (Ex-Diretora Executiva da Liga Portugal). Com o foco colocado em explorar estratégias e desafios para combater a discriminação e o abuso no mundo desportivo, foram abordadas questões cruciais desde o racismo, discriminação de género, assédio e abuso, tendo sido partilhadas boas práticas e soluções para promover a igualdade e o respeito nos recintos desportivos, contribuindo assim para um desporto mais justo e ético. O caso que marcou o Mundial Feminino foi também um dos temas em cima da mesa. E foi sobre esse prisma que Rosalía Ortega Pradillo abordou a polémica ligada à conquista do Mundial Feminino pela seleção espanhola, frisando a importância de existirem mecanismos de defesa legais. “É um assunto delicado. Acho que tudo é triste porque no final um acontecimento em que o Futebol Feminino devia brilhar acabou por ficar manchado por esse incidente. Quando falamos de abuso e discriminação temos mecanismos de defesa para ativar e essa é a boa notícia.” A advogada desportiva frisou que na sua opinião existe ainda muita discriminação de género, recorrendo a um exemplo que acontecia no Futebol Feminino deste país anteriormente. “Eu acho que ainda existe muita discriminação por género. Durante muitos anos em Espanha existia uma cláusula anti gravidez nos contratos, no Futebol Feminino”. Já Dolores Silva, capitã da seleção nacional e do SC Braga, frisou o feito alcançado pela seleção espanhola, lamentando que a nível mediático tenha sido ofuscado por esta polémica. “É um tema muito sensível e acho que foi tirado o brilho à conquista alcançada pelas jogadoras espanholas. Elas orgulharam certamente todo um país que tem lutado imenso pela ascensão do Futebol Feminino. Para mim, enquanto jogadora é triste ver que o enfâse dado foi a esse incidente e não ao feito delas”. A jogadora da seleção nacional deixou ainda um importante repto para o futuro do Futebol Feminino em Portugal. “Acho que acima de tudo devemos continuar a valorizar o respeito mútuo. Essa é a base do ser humano e algo que devemos levar na nossa vida. A profissionalização do Futebol Feminino seria importante para proteger as jogadoras”. Por sua vez, Paulo Fontes abordou questões legais ligadas ao combate ao racismo e xenofobia, com base na legislação da APCVD. “A lei 39/2009 que visa a segurança e combate ao racismo, xenofobia e intolerância nos espetáculos desportivos, sofreu uma alteração que já entrou em vigor e habilita a trabalhar de forma mais específica, chamando a este processo a Comissão para a Cidadania e Igualdade de Género. Estamos agora mais bem habilitados a conhecer o fenómeno, para depois também podermos entrar na perspetiva preventiva. Outro pormenor relevante: mesmo neste momento, a lei permite aplicar penas acessórias ou medidas de coação previstas nesta lei”.

Combate ao Racismo destacado no Thinking Football Summit 2023

Combate ao Racismo destacado no Thinking Football Summit 2023

Painel contou com a participação de vários nomes de renome do mundo do Futebol, entre os quais Helton Arruda, Marcos Senna, Mauro Silva e Euler Victor “Os nossos avós foram escravos, os nossos pais arranjaram emprego e nós, hoje, palestramos no maior evento de Futebol da Europa”. Foi desta forma (brilhante) que terminou o painel recebido pelo Arena Stage, onde esteve em debate um dos temas mais fraturantes da atualidade: o combate ao racismo e o papel que as grandes figuras podem desempenhar nesta missão. Num painel moderado por Adalberto Almeida, CEO da Squadra Unique Sports, Helton Arruda, Embaixador da Liga Portugal, Marcos Senna, Embaixador da LaLiga, Mauro Silva, Vice-Presidente da Federação Paulista de Futebol, e Euler Victor, Presidente da Mover Futebol, proporcionaram uma reflexão profunda sobre como os líderes e ícones do Futebol podem inspirar mudanças positivas, promover a diversidade e a inclusão, desafiando, assim, os estereótipos e estigmas que persistem neste desporto global. “Quando se fala de diversidade e inclusão, falamos de uma sociedade mais justa. Tento contribuir para melhorar o Futebol brasileiro, não só o masculino, mas também o feminino. Temos feito um trabalho muito interessante. Criámos o Comité de Inclusão e de Integridade para fomentar a diversidade nas competições e nas organizações, sobretudo com campanhas para consciencializar as pessoas na democratização das oportunidades”, disse Mauro Silva, em videoconferência, numa visão igualmente corroborada por Marcos Senna: “Nem nos meus melhores sonhos acreditava chegar onde cheguei. Nasci na periferia de São Paulo e, por isso, já parti uns metros atrás, mas foi possível. Tive algumas referências quando era pequeno, entre as quais o Mauro Silva, e com muita luta, trabalho e dedicação tudo é possível. Tenho uma grande responsabilidade, também devido ao meu passado como jogador, e tento passar sempre o melhor, sobretudo para os jovens.” Helton, Embaixador da Liga Portugal, deu sequência às intervenções dos seus dois compatriotas, alertando para a necessidade de as pessoas quererem ser ajudadas. “Sinto-me orgulhoso por todo o trajeto que percorri. Atualmente também procuro passar todo esse conhecimento que adquiri e dar as oportunidades necessárias, mas as pessoas também precisam de querer e demonstrar que são capazes de as aproveitar. Muitas vezes, o racismo está na nossa cabeça e, por isso, temos de falar sobre aquilo que somos capazes de fazer, com o principal objetivo de criar uma sociedade mais justa”, explicou. Por fim, Euler Victor, o autor da frase que inicia este texto, salientou a importância do desporto, em geral, e do Futebol, em particular, no combate ao racismo. “Sou um exemplo de que é possível viver o Futebol, mesmo sem ter sido atleta profissional. O desporto deve ser uma ferramenta de inclusão e transformação. Há várias instituições que combatem o racismo e promovem a equidade, com todas as pessoas no mesmo nível. Atualmente, qualquer negro está qualificado para qualquer cargo, apenas necessitam de oportunidades para demonstrarem o seu trabalho”, finalizou.

Futebol Profissional disse “Racismo Não”

Futebol Profissional disse “Racismo Não”

A uma só voz o Futebol Profissional assinalou o Dia Internacional da Luta Contra a Discriminação Racial A campanha "Racismo NÃO", esteve em todos os relvados do Futebol Profissional nas jornadas 24 da temporada 2020-21, promovida pela Liga Portugal e Fundação do Futebol, e teve como objetivo assinalar e comemorar o Dia Internacional da Luta Contra a Discriminação Racial e, também, sensibilizar contra o Racismo, a todos os níveis, géneros ou religiões. A adesão foi total, com o mais importante a ser a mensagem de união no combate a estas problemáticas. No decorrer de cada um dos jogos, os jogadores e equipa de arbitragem entraram em campo equipados pela causa, numa ação em que só uma cor importava: a das camisolas! Para além disso, ainda antes do início da partida, a habitual foto de alinhamento das equipas foi tirada em conjunto, incluindo a equipa de arbitragem. Também todas as ativações foram em volta desta mensagem, sendo que os clubes retiraram ainda os nomes dos jogadores das camisolas, substituindo pela frase da campanha. As braçadeiras foram personalizadas igualmente com a mensagem que se impunha, assim como, bandeirolas de canto, bola, crachás e pórticos. Os árbitros envergaram igualmente os badges alusivos à campanha. Esta foi uma ação que se enquadra dentro daquilo que são os deveres fundamentais e pilares da Liga Portugal, Fundação do Futebol e das Sociedades Desportivas, usando a notoriedade do Futebol para promoção de valores essenciais para a sociedade. O Futebol Profissional dá o exemplo e diz “NÃO ao Racismo”!  

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